Artigos em revistas indexadas
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Browsing Artigos em revistas indexadas by Author "Cruz, Olga"
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- Consumo não problemático de drogas ilegaisPublication . Cruz, Olga; Machado, CarlaO consumo de drogas ilegais é uma prática cada vez mais comum em cidadãos convencionais , como forma de diversão e busca de prazer. Estudos sugerem que muitos consumidores têm consciência dos potenciais danos das drogas mas, ponderando os seus riscos e benefícios, optam por utilizá-las. Fazem-no, todavia, adoptando alguns cuidados de gestão dos consumos, de modo a reduzir potenciais danos. Reconhece-se hoje a existência de consumidores cujo ajustamento global não é significativamente prejudicado por esta prática. Neste estudo chamamos-lhes consumidores «não problemáticos» e pretendemos explicar de que modo estes sujeitos gerem os seus consumos para os manter como tal. Os nove participantes que integram este estudo foram seleccionados por um processo de amostragem teórica e os dados, obtidos através de entrevistas em profundidade, foram analisados de acordo com os princípios da grounded analysis. Os principais resultados sugerem que os consumidores «não problemáticos» utilizam uma multiplicidade de estratégias de gestão dos consumos, como o controlo da sua regularidade, dos seus locais e dos tipos de drogas usadas. Conhecer estas estratégias pode ser um instrumento importante para a redução dos potenciais prejuízos dos consumos e para potenciar o efeito dos programas de redução de danos.
- Drogas ilícitas e crime: ligações e repercussõesPublication . Cruz, Olga; Silva, Carla; Pinto, Verónica; Santos, Hugo; Silva, JoséA relação droga-crime é um tema comum nos discursos sociais e científicos e frequentemente encarada como causal e direta, embora cada vez mais se desafie tal linearidade. Neste estudo quantitativo partimos das trajetórias desviantes propostas por Agra e Matos (1997) – delinquente-toxicodependente, especialista droga-crime, toxicodependente-delinquente –, com o objetivo central de avaliar se estas permanecem válidas e exclusivas. Os dados foram recolhidos, através de um questionário, junto de uma amostra de 83 reclusos e 78 reclusas de estabelecimentos prisionais do Grande Porto. Neste artigo apresentam-se resultados preliminares da amostra de reclusos, realçando-se que a trajetória toxicodependente-delinquente é aquela em que a maioria dos participantes se autoposiciona, seguida da especialista droga-crime e, finalmente, da delinquente-toxicodependente, o que difere dos resultados de Agra e Matos (1997). Atendendo à complexidade dos dados encontrados e ao facto de alguns serem distintos dos de estudos anteriores, salienta-se a relevância de continuar a explorar as relações droga-crime.
- Intervenção no fenómeno das drogas: Algumas reflexões e contributos para a definição de boas práticasPublication . Cruz, Olga; Machado, CarlaAs orientações políticas e legislativas e, consequentemente, as formas de intervenção sobre o fenómeno do consumo de drogas ilícitas têm sido presididas por duas lógicas ideológicas distintas: o proibicionismo e o anti-proibicionismo. Ao longo dos tempos e em praticamente todo o mundo ocidental, o proibicionismo tem imperado, argumentando a necessidade de criminalizar e reprimir as práticas relacionadas com as drogas, para as regular na direção da norma social. Neste sentido, a maioria das ações preventivas tem procurado o ideal da abstinência e a intervenção dirige-se sobretudo a utilizadores de substâncias ilícitas com padrões de consumo ‘problemáticos’. No entanto, são cada vez mais os autores que defendem o fracasso destas medidas de cariz proibicionista, sobretudo pelos problemas (e.g., económicos, jurídicos, sociais, sanitários) que têm provocado, por não terem sucesso na redução da incidência e prevalência do consumo e por dificilmente chegarem a sujeitos cujas experiências de utilização de drogas não se enquadram nos referidos padrões problemáticos. De acordo com esta lógica anti-proibicionista argumenta-se a importância de promover formas de controlo social sobre as drogas alternativas ao controlo formal (e.g., controlo social informal, autocontrolo dos consumidores) e valorizam-se as potencialidades das estratégias de redução de riscos e minimização de danos. Partindo desta orientação anti -proibicionista pretende- se, no presente artigo, refletir sobre o que atualmente se considera ser boas práticas de intervenção no fenómeno do consumo de drogas ilícitas. Em concreto, defende-se a importância de agir através de pares, para estimular o envolvimento dos consumidores nos esforços interventivos, e de concretizar um trabalho hor izontal, dinâmico e em contexto natural.
- O „problema da droga‟: Sua construção, desconstrução e reconstruçãoPublication . Cruz, Olga; Machado, Carla; Fernandes, LuisRepresentações negativas sobre a utilização de substâncias psicoactivas predominam desde há muito, em grande medida, pelo facto de esta prática continuar a ser analisada a partir de uma perspectiva problemática. Manifestações alternativas persistem, portanto, votadas a uma relativa ignorância, continuando a evitar-se o debate acerca das suas dimensões hedonísticas e dos padrões de consumo que são eficazmente conciliados com a vida convencional. Nos últimos anos tem-se assistido, todavia, a um aumento dos trabalhos académicos (sobretudo antropológicos e sociológicos) centrados em experiências que não se enquadram em padrões ‘problemáticos’ e que promovem um entendimento mais adequado sobre esta prática e os seus protagonistas. Tais trabalhos têm mostrado que, tal como foi construído como um problema, este fenómeno pode ser desconstruído e reconstruído em moldes alternativos, desafiando, assim, os discursos dominantes. É a este exercício de construção e desconstrução do ‘problema da droga’, assim como de reconstrução do fenómeno em moldes alternativos, que dedicamos o presente artigo.
- Vulnerabilidades urbanas: O caso da criminalidade associada às ourivesarias na cidade do PortoPublication . Grangeia, Helena; Cruz, Olga; Teixeira, Raquel; Alves, PedroEste artigo começa por refletir sobre o modo como a criminalidade e a violência são produzidas em espaços urbanos e como estes fenómenos são conceitualizados a partir de significados que emergem das dinâmicas subjacentes à vida nas cidades. A violência urbana é discutida enquanto conceito não restrito a atos criminais. É representada não só em indicadores estatísticos mas também nos sentimentos de insegurança fruto da convergência de fatores individuais e sociais e da influência dos media. Estas premissas são consideradas quando analisadas as especificidades do contexto português. Este enquadramento socio-histórico fornece o cenário para o estudo de um tipo de criminalidade, associado aos meios urbanos, que tem reunido especial atenção mediática. O estudo exploratório que é apresentado foca-se na criminalidade associada às ourivesarias na cidade do Porto e procura identificar os padrões, as dinâmicas e as perceções relacionadas com os furtos e roubos. Os resultados de um inquérito a uma amostra de 85 ourivesarias revelam que 42.4% dos estabelecimentos foi alvo de furto e/ou roubo desde 2007. Globalmente, os/as participantes relataram sentir-se em risco de vitimação futura e revelaram insatisfação com a atuação dos órgãos policiais, a atuação das autoridades judiciárias e as políticas criminais de combate a este fenómeno.