Browsing by Author "Cruz, Olga"
Now showing 1 - 10 of 16
Results Per Page
Sort Options
- Consumidores "não problemáticos" de drogas ilícitasPublication . Cruz, OlgaCom o intuito de desenvolver uma teoria para compreender de que modo certos utilizadores de drogas ilícitas conseguem manter os seus consumos ‘não problemáticos’ começámos por realizar entrevistas aprofundadas a uma amostra intencional de consumidores ‘não problemáticos’. A teoria foi, depois, enriquecida e validada através de uma nova consulta com estes participantes e da triangulação das fontes (entrevistas com consumidores ‘ex-problemáticos’ e ‘problemáticos’) e metodologias (observação direta em contexto natural). Os dados, analisados a partir das propostas da grounded theory, sugerem que alguns sujeitos conseguem manter os seus consumos ‘não problemáticos’ graças à sua contínua autorregulação, o que implica uma constante análise de custos-benefícios e uma permanente gestão dos mesmos, através de vários cuidados relativos ao modo como as drogas são usadas. Concluímos salientando a relevância de aprender com os consumos ‘não problemáticos’ para minimizar os padrões problemáticos.
- Consumo não problemático de drogas ilegaisPublication . Cruz, Olga; Machado, CarlaO consumo de drogas ilegais é uma prática cada vez mais comum em cidadãos convencionais , como forma de diversão e busca de prazer. Estudos sugerem que muitos consumidores têm consciência dos potenciais danos das drogas mas, ponderando os seus riscos e benefícios, optam por utilizá-las. Fazem-no, todavia, adoptando alguns cuidados de gestão dos consumos, de modo a reduzir potenciais danos. Reconhece-se hoje a existência de consumidores cujo ajustamento global não é significativamente prejudicado por esta prática. Neste estudo chamamos-lhes consumidores «não problemáticos» e pretendemos explicar de que modo estes sujeitos gerem os seus consumos para os manter como tal. Os nove participantes que integram este estudo foram seleccionados por um processo de amostragem teórica e os dados, obtidos através de entrevistas em profundidade, foram analisados de acordo com os princípios da grounded analysis. Os principais resultados sugerem que os consumidores «não problemáticos» utilizam uma multiplicidade de estratégias de gestão dos consumos, como o controlo da sua regularidade, dos seus locais e dos tipos de drogas usadas. Conhecer estas estratégias pode ser um instrumento importante para a redução dos potenciais prejuízos dos consumos e para potenciar o efeito dos programas de redução de danos.
- Consumo "não problemático" de drogas ilícitas: Experiências e estratégias de gestão dos consumos numa amostra PortuguesaPublication . Cruz, Olga; Machado, Carla; Fernandes, LuisA utilização de drogas ilegais tem sido estudada sobretudo nas suas dimensões negativas, mas reconhece-se actualmente a existência de consumidores cujo ajustamento geral não é significativamente prejudicado por esta prática. Neste estudo chamamos-lhes consumidores «não problemáticos». Pretende-se desenvolver uma teoria, indutivamente e através da grounded analysis, para explicar de que modo certos sujeitos gerem os seus consumos de forma a mantê-los «não problemáticos». A selecção dos participantes é orientada pela amostragem teórica e o acesso aos mesmos pela snowball sampling. Partindo dos dados de nove consumidores que cumprem os critérios de inclusão no grupo dos «não problemáticos» um dos resultados centrais prende-se com as estratégias de gestão dos consumos, como a sua ocultação, a sua regularidade e as drogas usadas. Conclui-se que é importante valorizar a perspectiva destes sujeitos e estudar os cuidados que lhes permitem manter os consumos «não problemáticos», inclusive para obter informação que possibilite evitar padrões «problemáticos».
- O crime associado às ourivesarias no concelho do Porto: Um estudo exploratórioPublication . Teixeira, Raquel; Cruz, Olga; Grangeia, HelenaAs últimas décadas testemunharam um crescendo nas preocupações em torno do crime e das questões relacionadas com a sua prevenção. O crime associado às ourivesarias representa um “nicho” de criminalidade que tem vindo a apresentar aumentos dignos de registo desde 2010 (MAI, 2011, 2012, 2013). A partir dos dados de um estudo exploratório sobre a criminalidade associada às ourivesarias no concelho do Porto, e especificamente a partir do conhecimento das medidas já adotadas e das lacunas existentes, propomos identificar medidas de prevenção situacional que sejam eficazes para minimizar o risco deste evento criminal. Pretendemos assim integrar os princípios da prevenção situacional e os dados empíricos de forma a conceber um conjunto de ferramentas que se pretendem eficazes quer na prevenção do furto e do roubo às ourivesarias, como na diminuição do sentimento de insegurança que surge associado.
- Delinquência Juvenil: Explicações e ImplicaçõesPublication . Duarte, Vera; Santos, Manuel Simas; Cruz, Olga; Grangeia, Helena
- Drogas ilícitas e crime: Ligações e repercussõesPublication . Cruz, Olga; Silva, Carla; Pinto, Verónica; Santos, Hugo; Silva, JoséA relação droga-crime é um tema comum nos discursos sociais e científicos e frequentemente encarada como causal e direta, embora cada vez mais se desafie tal linearidade. Neste estudo quantitativo partimos das trajetórias desviantes propostas por Agra e Matos (1997) – delinquente-toxicodependente, especialista droga-crime, e toxicodependente-delinquente –, com o objetivo central de avaliar se estas permanecem válidas e exclusivas. Os dados foram recolhidos, através de um questionário, junto de uma amostra de 83 reclusos e 78 reclusas de estabelecimentos prisionais do Grande Porto. Neste artigo apresentam-se resultados preliminares da amostra de reclusos, realçando-se que a trajetória toxicodependente-delinquente é aquela em que a maioria dos participantes se autoposiciona, seguida da especialista droga-crime e, finalmente, da delinquentetoxicodependente, o que difere dos resultados de Agra e Matos (1997). Atendendo à complexidade dos dados encontrados e ao facto de alguns serem distintos dos de estudos anteriores, salienta-se a relevância de continuar a explorar as relações droga-crime.
- Drogas ilícitas e crime: ligações e repercussõesPublication . Cruz, Olga; Silva, Carla; Pinto, Verónica; Santos, Hugo; Silva, JoséA relação droga-crime é um tema comum nos discursos sociais e científicos e frequentemente encarada como causal e direta, embora cada vez mais se desafie tal linearidade. Neste estudo quantitativo partimos das trajetórias desviantes propostas por Agra e Matos (1997) – delinquente-toxicodependente, especialista droga-crime, toxicodependente-delinquente –, com o objetivo central de avaliar se estas permanecem válidas e exclusivas. Os dados foram recolhidos, através de um questionário, junto de uma amostra de 83 reclusos e 78 reclusas de estabelecimentos prisionais do Grande Porto. Neste artigo apresentam-se resultados preliminares da amostra de reclusos, realçando-se que a trajetória toxicodependente-delinquente é aquela em que a maioria dos participantes se autoposiciona, seguida da especialista droga-crime e, finalmente, da delinquente-toxicodependente, o que difere dos resultados de Agra e Matos (1997). Atendendo à complexidade dos dados encontrados e ao facto de alguns serem distintos dos de estudos anteriores, salienta-se a relevância de continuar a explorar as relações droga-crime.
- Histórias e trajectórias de consumidores ‘não problemáticos’ de drogas ilícitasPublication . Cruz, OlgaO objectivo central desta investigação é construir, indutivamente, um modelo teórico para compreender de que modo certos utilizadores de drogas ilícitas conseguem manter os seus consumos „não problemáticos‟. Com este estudo pretende contribuir-se para uma intervenção mais efectiva na minimização de padrões „problemáticos‟ e para um debate mais complexo sobre o fenómeno, reconhecendo a multiplicidade de tipos de consumos e de consumidores. Tais propósitos, aliados ao parco conhecimento sobre utilizações „não problemáticas‟ e ao carácter frequentemente „oculto‟ dos seus protagonistas, justificam a opção por um design de investigação qualitativo. Começaram por se realizar entrevistas em profundidade a uma amostra intencional, diferenciando-se três grupos de consumidores: „não problemáticos‟ (n=9), „exproblemáticos‟ (n=6) e „problemáticos‟ (n=6). Com base nos resultados do primeiro grupo construiu-se uma primeira versão da referida teoria, que foi, depois, enriquecida e validada através de uma nova consulta a estes participantes e da triangulação de fontes (entrevistas com outros grupos) e de metodologias (observação directa em contexto natural do uso de substâncias psicoactivas). O acesso aos sujeitos foi conseguido com uma estratégia do tipo snowball, tendo-se partido de informantes privilegiados. A análise dos dados baseou-se nas propostas da grounded analysis (Glaser & Strauss, 1967; Strauss & Corbin, 1990/1998). O material empírico obtido com as entrevistas aos três grupos e com a observação é amplamente congruente entre si. Sucintamente, a sua integração sugere que os consumos tendem a iniciar-se pela curiosidade sobre as drogas e pelas vivências com consumidores, sobretudo por estes facilitarem o acesso às substâncias. Tal iniciação tende a ocorrer com a cannabis, seguindo-se um período, mais ou menos longo, de experimentação de outras drogas ilegais, sobretudo estimulantes e alucinogéneos. De acordo com os resultados, a manutenção de um consumo „não problemático‟ implica um processo constante de auto-regulação do uso das drogas que é informado, desde logo, por características dos consumidores, como a sua capacidade de auto-controlo. É-o também pela qualidade das experiências de consumo, já que os indivíduos vão moldando a utilização das drogas em função delas. Em concreto, as experiências positivas, que proporcionam prazer e que são as mais comuns, contribuem para a sua manutenção. Os aspectos negativos experienciados com certas substâncias, apesar de insuficientes para a cessação dos consumos, contribuem para a sua adaptação, num esforço de os evitar. Finalmente, algumas experiências realmente negativas com o uso de certas drogas, ainda que mais raras, fazem com que aquelas não voltem a ser usadas. Tal processo de auto-regulação é ainda informado pelas vivências com outros consumidores, pois operam como importantes meios de aprendizagem sobre as drogas. Além disso, envolve a ponderação constante da relação entre os custos e os benefícios desta prática, o desenvolvimento de concepções de risco e, em função destas, a adopção de cuidados de gestão dos consumos, ainda que, muitas vezes, de uma forma não conscientemente pensada nem aplicada. Realçam-se os cuidados que se referem ao tipo de substâncias usadas e à regularidade da sua utilização, pois é em torno destes que tende a definir-se o padrão de consumo actual. Este padrão, que tende a perdurar alguns anos e a não ser algo fugaz, envolve, em geral, o uso regular de canabinóides e a utilização apenas ocasional de todas as outras drogas ilícitas, sobretudo estimulantes. Na nossa amostra, estes e outros cuidados são desenvolvidos com o intuito de manter a funcionalidade nas várias áreas de vida, o que envolve três sub-objectivos: (i) controlar o consumo (através de cuidados relacionados com o tipo de drogas usadas, a regularidade e frequência dos consumos e os seus contextos e circunstâncias); (ii) preservar a imagem social e evitar o estigma (mediante cuidados relativos à ocultação do uso de drogas, à gestão da sua aquisição e aos contextos e circunstâncias do consumo); e (iii) obter efeitos positivos e evitar experiências desagradáveis (a partir de cuidados associados às quantidades e ao tipo de substâncias usadas, aos contextos e circunstâncias dos consumos e às vivências com outros consumidores). Em conclusão, este trabalho revela a necessidade de encarar o consumo de drogas ilegais em toda a sua complexidade e como um contínuo, desde um pólo „problemático‟ a outro „não problemático‟. Sugere, também, a relevância de aprender com este último tipo de experiências, de modo a potenciar consumos „responsáveis‟ e a minorar padrões „problemáticos‟. Além disso, aponta para a importância de promover estratégias de gestão dos prazeres e dos riscos, e de agir, inclusive através de pares, para estimular o envolvimento dos consumidores nos esforços interventivos e a concretização de um trabalho horizontal, dinâmico e em contexto natural.
- Inseguranças urbanas e vitimações coletivasPublication . Grangeia, Helena; Cruz, Olga